domingo, 17 de outubro de 2010

Plenitude

"Here we go again
She's back in town again
I'll take her back again
One more time
Here we go again
The phone will ring again
I'll be her fool again
One more time"
(Here we go again, Norah Jones)


É engraçado. Quando eu me propus a criar este blog, eu queria tanto um lugar onde eu pudesse escrever minhas bobagens sem me preocupar com nada. Porque tipo, o blog não seria algo informativo, algo que eu ficaria pedindo [o tempo todo] para as pessoas [ainda que as mais importantes] lerem e darem sua opinião. Fiz isso um pouco, uma vez com cada pessoa. Para cada pessoa uma situação.

Acontece que, como pode ser notado, ao longo dos tempos, ou melhor, ao longo do pouco tempo no qual mantive esta página atualizada, aconteceram uma série de confusões e instantes chave na minha vida, os quais me fizeram ver somente um ponto dos meus dias e, consequentemente, escrever somente sobre ele. Sobre ela.

Pois é. Já fazem quase 3 meses que não escrevo. Não só por falta de tempo, embora seja, sim, o principal motivo. Não queria escrever um texto isolado [como este] para depois passar mais dias e dias sem nem ao menos entrar no meu próprio blog para ver se alguém chegou a ler tantas bobagem e trocadilhos bestas.

Mas dessa vez é diferente. E não estou somente falando da situação. É diferente. Hoje fazem 3 meses e meio que ela está na minha vida. Na boa, 3 meses e meio! “Quase quatro”, porque ela gosta de arredondar pra cima. [rs]

É engraçado. Em quase quatro meses muita coisa acontece. Muita mesmo. É legal ver que a cabeça de dois seres humanos [nem tão] diferentes entra em uma sintonia ainda maior do que aquela que fizeram ambos tentarem serfelizes um ao lado do outro. É legal perceber que a vida de um passa a ser a vida do outro, o que remete a ficar preocupado se o outro está triste, é ir atrás da pessoa quando você sabe que ela precisa [ainda que ela evite], é ouvir coisas que não gosta e, por mais que doa, perdoar em questão de segundos só de ver o olho do outro brilhando e dizendo: “Me perdoa. Eu me arrependo muito”.

Arrependimento é um sentimento nobre. Que cativa. Que comove. E muitas vezes ele surge quando não podemos mais mudar certas situações. Se arrepender em tempo de voltar atrás, e criar coragem para voltar atrás é algo que não pode ser ignorado. E se já é difícil voltar atrás, imagina voltar do começo?

É engraçado. Respirar fundo, e dizer para a outra pessoa com a maior certeza do mundo: “Vamos começar do começo?”. Nunca uma redundância fez tanto sentido. Porque hoje, 3 meses e meio depois, todas as voltas e reviravoltas me fazem perceber que era tudo necessário, tudo planejado, tudo calculado para que hoje, 3 dias inteiros perto dela, eu pudesse virar para trás e ver que toda a felicidade de hoje dependeu de tanta confiança, tanto companheirismo, tanta amizade, tanto amor.

Falar sobre amor é clichê. Nunca fui muito fã de falar "amor". Nunca senti algo que me fizesse pensar que eu realmente amava alguém. Mas com ela é diferente. Ela me faz sentir feliz somente com um sorriso. E me faz não me sentir quando algo além disso acontece. Ela me faz sorrir sem nem mesmo estar comigo. Ela me faz pensar na nossa história [linda] ao mesmo tempo em que me faz planejar mais momentos para que nossa história nunca deixe de ser o que, hoje, já é: perfeita.

Por isso, só por isso, por tudo isso, hoje é diferente. Não ligo de passar mais 3 meses sem escrever... Se daqui três meses eu estiver escrevendo sobre ela de novo.