segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fine


He's never been lonely
She takes his hand and all his troubles step aside
He's never felt like this before,
But he'd like to try

'Let Yourself in', it's all he's thinking about
'Let Yourself in', now he's singing out loud

I'm feeling like my life has just begun
And I'm feeling fine
I fell so alive, singin'
I'm feeling like my life has just begun
And I'm feeling fine
So fine, fine, fine

She lightens up his morning
All of his plans seem so damn easy to decide
It's not about just feeling lonely
It's more, just give it a try

'Let Yourself in', it's all he's thinking about
'Let Yourself in', now he's singing out loud

I'm feeling like my life has just begun
And I'm feeling fine
I fell so alive, singin'
I'm feeling like my life has just begun
And I'm feeling fine
So fine, fine, fine

I can't wait to find my way home
I can't wait to get to start
It will not be done, until it's all begun

6x5

"(...)
- Eu ilumino seus dias.
- Ei! E essa pretensão aí?
- Mas é verdade.
- Tá. Só me explica como cabe tanta pretensão dentro de uma pessoa tão pequena?
- É que meu coração é grande.
- Deve ser bem grande, mesmo.
- É sim, cabe você dentro dele."

domingo, 18 de julho de 2010

InTenso


I know a girl
She puts the color inside of my world
But she's just like a maze
Where all of the walls all continually change
(Daughters, John Mayer)


Ela me falou tanto desse texto, me cobrou tanto que, agora, eu estou com medo que soe forçado.
Aliás, nem tenho medo. Acho que ela sabe que não é. E eu sei que ela sabe disso. E ela sabe que eu sei que ela sabe disso, mesmo se confundindo nos saberes de vez em quando. rs
Quando ela apareceu eu já estava bêbado. Ela, então, nem se fala. Veio com um papo do qual eu não queria falar. Uma briga besta, que por mais que pareça que exista, não passa de intriga da oposição [ou não].
O papo fluiu muito fácil, naquela ladeira na qual acabávamos de passar um bom tempo com um baita espírito de integração, tal como qualquer trote.
E sim, eu já sabia de tudo o que se falava dela. Já sabia de tudo o que ela tinha falado. Já sabia de tudo o que foi falado que ela tinha feito. Já sabia de tudo o que ela tinha falado de mim.
Mesmo assim, não liguei. Ela parecia tão alegre, tão feliz, tão inocente naquela conversa que me deixou intrigado em saber um pouco mais sobre ela. Quis descobrir um pouco mais do que se passava na sua vida e porque ela era [e se era] como era.
Então veio o Orkut e o MSN, iniciativas básicas pra quem quer conhecer outra pessoa. E no MSN tudo se desenrolou de uma forma que nenhum dos dois imaginava.
O estilo de vida dela me deixava meio idiota. Meu modo racional de ver tudo se confundia com o “foda-se” que ela deixava transparecer em cada frase. E, na boa, não quis julgar seu modo de agir e pensar, mas acabei julgando e vendo que era muito do que eu mesmo sempre quis fazer e pensar, mas nunca tive coragem.
E então me deixei levar, e prometi a mim mesmo tentar, até o fim, conhecer esse estilo tão romântico e idealizado [sem julgar se é bom ou ruim] que eu estava conhecendo pela primeira vez.
E como parte da promessa, jurei ser sincero ao máximo. Dizer quando discordava, dizer quando concordava [quase nunca], dizer quando estava feliz e, principalmente, dizer quando estava triste.
Sim, pra mim esse foi o essencial. Ela me ouvia e não ficava entediada com meus problemas. E contei os mais sérios que já contei pra alguém. Não os mais sérios que tenho, por falta de coragem que, quem sabe, um dia vou ter. Mas, pra mim, o fato dela me fazer sentir à vontade pra ser triste de vez em quando me deixava muito feliz.
E, mais do que isso, me ajudava. Mais do que pensava ajudar.
Aliás, engraçado que, no começo de tudo, ela achava que quem ajudava era eu. Pobre mente inocente que não via o quando era importante pra essa mente besta.
Trocaram telefones, e por ele ocorriam os desabafos mais instantâneos. E a amizade foi se fechando, se compactando. Foram tomar um sorvete em uma segunda-feira qualquer. Coisa simples, mas que nenhum dos dois se imaginava fazendo á toa, como naquele dia.
E, depois de um tempo, os problemas de cada um já tinham se tornado pequenos. Um já tinha mudado o outro e, desde então, passaram a falar dos problemas que passaram a ter, desde então. Porque tudo o que tinha antes virou passado, virou a base da amizade que nunca imaginariam que teriam, mas, acredito eu, sempre quiseram ter.
Hoje, depois de tanto tempo, ainda que em 6 meses, a incerteza [ciúmes bobo] dela fizeram-na ter a dúvida da força de tal amizade. Porque o tempo dedicado à ela, inevitavelmente, foi divido pelo tempo dedicado a outro tipo de relacionamento que os dois - engraçado - praticamente juntos, começaram a ter.
Ela já havia dito que tinha ciúmes de seus amigos. Tinha medo de perdê-los quando eles se envolvem. E, recentemente, tinha me chamado daquilo que, no começo, era brincadeira. Pois é, era.
Porque, hoje, não duvido, não nego, não me envergonho nem me arrependo de ser seu “Best”.
E espero que, agora, lendo cada uma dessas palavras, mais do que ter certeza da sinceridade delas, quero que ela deixe de bobeira e perceba o espaço que ela já tem, já garantiu, já mereceu, já conquistou.
E que continuo a achando como a menina que vejo, ou melhor, que não consigo ver maldade. Como tantas vezes já lhe disse. Como tantas vezes ainda vou dizer. Como a vi desde o começo. Como a vou ver sempre.

sábado, 17 de julho de 2010

Saturday Part I



Fly along with me
I can't quite make it alone
Try to make this life my own
I'm looking to the sky to save me
Looking for a sign of life
Looking for something to help me burn out bright
I'm looking for a complication
Looking cause I'm tired of trying
Make my way back home when I learn to fly
(Learn to fly, Foo Fighters)


O ápice da banda foi, com certeza, no aniversário do baterista. Foi tudo planejado. Faríamos uma apresentação única [que, no final, acabou sendo única mesmo, porque só fizemos esta].
Enquanto acertamos [só o horário de] um último ensaio - coincidências à parte - em um sábado, o baterista já tinha acertado de chamar uma equipe de som e alugar amplificadores pra todo mundo. Tudo pra que o “show” fosse perfeito.
Os detalhes da apresentação eram acordados enquanto, no ensaio, todo mundo parecia estar dormindo. Deu tudo errado.
Alugamos o estúdio de gravação do Nicolai [o melhor] por 3 horas. E, é sério, em nenhum dos 180 minutos conseguimos tocar uma música sequer sem erros. Foi uma mistura de nervosismo pré-primeia apresentação, com uma prepotência de quem achava que já estava craque nas músicas que tinham se proposto a tocar.
A ordem das músicas já tinha sido definida dias antes e, inclusive, já tínhamos feito ensaios seguindo a ordem. Mas a idéia de que aquele ensaio era pra valer mexeu com o pessoal.
Faltando meia-hora pra acabar o horário, simplesmente desistimos. Saímos do estúdio sem os instrumentos e sentamos no lado de fora, cabisbaixos, e com um conformismo inaceitável no peito.
Pegamos [compramos] uns amendoins e umas águas e ficamos sentados naquele sábado à noite. A garagem protegia do sereno e do vento e deixou o grupo à vontade pra simplesmente ficar olhando pro céu estrelado e tentando se reanimar.
Sabe-se lá de onde tiramos forças, mas simplesmente deu vontade [quase que em uma epifania do grupo] de alugar o estúdio por mais 1 hora. Fomos, então, até o Nicolai que não negou.
Então alguns voltaram para a garagem, pegar mais um pouco de ânimo antes de voltar enquanto eu e o guitarrista solo voltamos pro estúdio brincar. Ele começava a tocar as músicas e eu acompanhava na bateria, cantando. Foi bem legal.
Dez minutos depois chegou o resto do pessoal e fizemos uma espécie de preleção antes de ensaiar pela última vez:
Bom, galera. Faltam 35 minutos e nosso playlist é de 9 músicas[das mais loucas e estranhas possíveis - vide final do post]. Vai ter que rolar de uma vez. Tal como se fosse no show. Então vamos fazer o que der e sair daqui, pelo menos, sabendo que fizemos o que podíamos. A gente sabe tocar essas músicas, já tocamos e vamos acertar essas filhas da p... pelo menos dessa vez, firmeza?
E começou. Um olho nos instrumentos/microfones e outro no relógio. Isso quando o olho não estava fechado, concentrado nas músicas que estávamos tocando.
E a primeira música foi simplesmente perfeita. Sem erro, sem quebra de ritmo, sem desafinação, nada. Terminando a primeira a empolgação tomou conta de todos, mas o baixista já puxou a segunda, lembrando que o tempo era curto. A animação foi ao máximo e a segunda rolou tão perfeita quanto a primeira.
A essa hora já era nítido o sorriso bobo de cada um dos 6 naquele estúdio. E assim se seguiram todas as outras 7... perfeitas! Sem nenhum errinho qualquer. Nada a reclamar.
Estouramos o tempo, sim. Pedimos desculpas ao Nicolai que, vai saber se pela alegria ou por saber que éramos clientes fiéis de seu estúdio, entendeu numa boa.
Só sei que nunca foi tão bom desmontar, guardar e levar tudo de volta. Foi sensacional!
Ríamos demais no caminho para os carros e não parávamos de dizer que se o ensaio foi tão bom, não tinha porque ter medo da apresentação. A confiança tomou conta.
Enquanto cada um ia pro seu canto, eu fui com o guitarrista solo e com o guitarrista base [grave] pra casa do último. Já com a voz meio estourada por 4 horas de ensaio e preocupado com o dia seguinte.
Chegando ao apartamento dele fui acalmado ao ver um spray de própolis com mel e, após espirrar umas 800 vezes o conteúdo do spray, evitei ao máximo falar o que quer que fosse. [Sim, foi difícil, porque eu falo muito pouco, sabe...]
Mas não consegui parar de rir quando, chegando no quarto onde dormiríamos, encontrei uma sacola deixada pra mim.
Minha mãe no papel de produtora, assessora e figurinista do vocalista da SPI simplesmente comprou uma kit completo pra eu usar no dia seguinte. Foi muito engraçado rir com os caras da corujice enquanto tirávamos cada peça da sacola. Tinha tudo. O boné, a camiseta, a bermuda, o tênis... Haha, tudo novinho.
Depois disso fomos pra sala ver um DVD do Pink Floyd, porque depois de todo o stress que rolou no estúdio, nada melhor que viajar com algo bem psicodélico.
Dormimos em seguida e sabe-se lá se foi sonho ou a imaginação que tomou conta da cabeça de cada um naquela noite.
No dia do show estava tudo preparado. Enquanto o pessoal comia churrasco e alguns se arriscavam a jogar bola na garoa, montávamos a aparelhagem em um quiosque pequeno, mas coberto, o que parecia ser fundamental sob o risco iminente de uma tempestade.
Terminado de montar, todo foram curtir enquanto eu fiquei por uma hora só falando “Som, sssssom, testando, tesssstando. Um, UM, um, dois, testando, ssssoom, soom, um, dois, três”.
No começo a vergonha apareceu, mas depois de levar uma bronca do técnico de som eu liguei o foda-se e foi tudo numa boa.
Legal foi quando pediram pro guitarrista solo ir ajustar o som [ele foi o último]. Porque enquanto ele ajustava, me chamaram e pediram pra darmos uma ensaiada rápida, o que ligou a atenção do pessoal que começou a se juntar no quisque.
Logo em seguida os outros caras da banda voltaram e começamos a nos arrumar pro show. Vocalista e baixista na frente, com guitarrista base e guitarrista solo atrás, com o baterista e o guitarrista base [grave] ao fundo. Tudo suficientemente calculado.
E então começou. As músicas foram sendo tocadas, quem sabia começou a cantar junto, quem não sabia olhava feliz pra animação de todo mundo naquele lugar. Os amigos mais próximos gritavam e ao final de cada música aclamavam pela próxima. Aliás, não há nada melhor do que terminar uma música e ouvir os gritos e os aplausos numa melodia uníssona e vibrante. É indescritível.
Ao final do show, os gritos por “Mais um, mais um, mais um” nos deixaram felizes demais e ali soubemos que a apresentação realmente foi a que sempre sonhamos em fazer.
Depois disso não fizemos mais apresentações. Os ensaios mal rolaram e ficou somente a lembrança da época, da banda e do show. Coisas que nunca mais vou conseguir esquecer.

Playlist:

1985 - Bowling for Soup
I’ve got you - McFly
I wish you were here - Incubus
Snow - Red Hot Chilli Peppers
All the small things - Blink 182
A mais pedida - Raimundos (participação especial da Sá - amiga)
Mantém o respeito - D2 (baixista no vocal)
Te ver - Skank (Planta e Raiz)
Natiruts reggea power - Natiruts


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sábado Parte 1


They come as one
As one they go
Out of the wasteland
No one to fall
Invincible
They will return
(Invincible, Nocturnal Rites)


Como eu avisei no post abaixo, essa história é boa. Tudo começou no 2o colegial, em uma idéia genial de alguns garotos que perceberam a aceitação dos colegas quando se juntavam pra tocar nos corredores do colégio.
As rodinhas, no começo, se formavam interessadas. Depois de um tempo, surgiam apressadas e eufóricas. E, não demorou muito, já aguardavam ansiosas para ouvir músicas naqueles poucos, mas suficientes, 15 minutos de intervalo.
Geralmente [não] bastavam 2 violões para que a turma se juntasse e cantasse músicas atrás de músicas. Mas um infeliz tinha que aparecer e começar a cantar junto.. A voz alta ajudava a dar destaque, mas não bastava isso. O rapaz [já alto como sua voz] tinha que ser amigo das reais estrelas e, como tal, se sentar ao lado deles nas cantorias. Com o tempo, a companhia se tornou parceria e as músicas começavam a fazer sentido na voz altamente intrometida deste que voz fala.
Eis que surgiu a idéia genial que quase todo garoto de 15, 16 [17, 18, 19, 20, 21...] anos já teve: “Vamos fazer uma banda?”.
Pronto, a animação tomou conta de todos os, a princípio, 4 integrantes. Nem me darei ao trabalho de detalhar os primeiros quatro, já que os outros dois vieram logo em seguida, fechando o grupo que me fez passar, por 6 meses, o melhor semestre que já tive em 19 anos.
O grupo começava pelo baterista, de 19, ou 20 anos na época, que era hilário. O jeito de falar do cara já te fazia preparar o riso antes mesmo dele terminar as [intermináveis] besteiras que não cansava de dizer. Sem falar no jeito de mano, que se confirmava nas roupas largadas e no boné que nunca tirava da cabeça; tudo garantindo um ar de “diferente“ no mais velho do grupo.
O segundo era ainda mais fanfarrão. Adorava imitar os professores e fazia as piadas mais sensacionais. Entrou como guitarrista base e, logo no primeiro ensaio, nos fez morrer de rir: Chegou atrasado, com sua guitarra novinha, com as cordas todas virgens [o que atrapalhava um pouco, à medida em que iam laceando enquanto o ensaio rolava, nos obrigando a parar o tempo todo pra afinar o instrumento]. Todo empolgado nos encontrou no corredor do estúdio, capa nas costas com a guitarra tão sonhada. Abriu com tudo a capa já gritando: “Olha galera, minha guitarra nov...” POW! E de um sorriso infantil o rosto do garoto foi pra um olho lacrimejando por ver seu instrumento no chão, já com uma rachadora na base. Enquanto isso, os olhos maldosos dos “colegas” lacrimejavam de tanto rir da mudança repentina da fisionomia do pobre rapaz.
O terceiro era o mais quieto. Guitarrista base, ele teimava em afirmar que sua guitarra estava afinada corretamente quando, nitidamente, o som saía muito mais grave. No fundo foi bem legal. O grave da guitarra dele não atrapalhava nem um pouco, pelo contrário, dava um som ainda mais pesado nos ensaios, o que extasiava o grupo enquanto tocavam.
O quarto era o guitarrista solo. Carioca, era “pouco” zuado pelos colegas. Mas tinha uma habilidade incomum de quem tem um talento nato pra tocar guitarra.
O quinto era um músico de verdade. Sabia tocar [muito bem] bateria, guitarra, mas concordou [pra nossa sorte] em tocar baixo - que aprendeu a dominar sozinho e dominava, de fato, como poucos. Simplesmente um cara que nasceu pra lidar com música, queria eu saber o que se fez desse colega que, na época, era engraçado demais, também. Espontâneo pra caramba, seu jeitão “Charlie Brown Anos 90” fazia todos raxarem o bico a cada momento, sendo um dos principais criadores de gírias [também conhecidas por Internas] do grupo.
E o sexto era eu, que na época fingia cantar enquanto, no fundo, só estava feliz por fazer parte daquela galera sensacional.
E a rotina do grupo era simples. Acordar pensando em música, passar as aulas falando de música, tocar nos intervalos e, duas vezes por semana, ensaiar no estúdio do Nicolai [mais uma figura que mereceria um post só pra si].
Nos fins de semana, levar os violões na casa de algum dos colegas e passar, desde sexta depois da aula, até domingo ao final da tarde, tocando música, fazendo churrasco, bebendo cerveja e falando besteira. E daí veio a gíria do grupo, que mais tarde viraria o “nome” da banda.
A festa de cada sexta após o sinal para o fim da aula fez com que, em um momento de genialidade único, um dos colegas gritasse: “Agora é sábado!”. O choque inicial levou apenas dois segundos até que todos concordassem que, à partir de sexta às 13hs, o dia se tornava “Sábado Parte I” ou, como viria a chamar a banda, em um momento de criatividade única, “Saturday Part I”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Guitar

"No one's gonna take me alive
The time has come to make things right
You and I must fight for our rights
You and I must fight to survive
"
(Knights of Cydonia, Muse)


De vez em quando eu mesmo me supreendo com o modo com o qual eu aprendo certas coisas. Porque em várias oportunidades a "luz" vem simplesmente do nada. Sério, quantas vezes eu simplesmente parei pra pensar sobre algo que não conseguia fazer e, de um segundo pra outro, tudo passou a fazer sentido; tudo se mostrou fácil e, de certo modo, bobo.
E isso acontece desde coisas banais - como passar "One" no Guitar Hero III [sim, demorei dias até conseguir passar, no Hard] - até coisas realmente complicadas, como um exercício a fazer, um trabalho a entregar, um texto a entender e/ou um instrumento, de verdade, a tocar. E em se tratando de um instrumento, tem um que, em especial, sempre tive vontade de aprender, mas nunca tive muita familiaridade.
Mas acontece que há dias minha paixão por violão voltou. E ela vem desde criança. Aliás, não só a paixão por violão, mas a paixão pela música em si.
Já quis tocar saxofone, já aprendi a tocar teclado [e já esqueci tudo], já aprendi a tocar bateria - nos intervalos entre as aulas de teclado - [e adoro, só nunca tive grana pra ter uma, para a sorte do ouvido alheio], já quis tocar violão e guitarra, já fiz parte de duas bandas ao longo desses meus 19 anos, e nas duas não passei de um mero boneco de Olinda cantando à frente de grandes músicos, com os quais tive a sorte de fazer amizade por um tempo.
Aliás, na segunda vez em que me fingi artista e disfarçava uma cantoria em um grupo musical, posso dizer que passei pelos melhores dias da minha vida. [Essa história é ótima e merece outro post]
Enfim, a música sempre me fascinou demais. E nesses últimos dias, em função de uma série de músicas sensacionais que recebi, dos artistas mais inesperados, e das quais gostei [sabe-se lá como], acabei retomando minha paixão pela música e, então, pelo violão.
Em uma determinada noite dessas últimas semanas, revendo um depois de muito tempo, parei pra pensar e, tal como em "One", simplesmente "saquei' como fazer pra tocá-lo. Sim, é disso que eu falava. O modo de segurar as notas, o esquema das batidas nas cordas, tudo. Tudo pareceu fácil e me inspirou a correr atrás dessa vontade que sempre tive.
Não sou muito fã de generalizações, mas nunca estive errado quanto à esse feeling. E agora eu sei que, se correr atrás, não vai ser difícil, finalmente, aprender a tocar violão e, sobretudo, ou prioritariamente, aprender a tocar - como uma homenagem que não poderia deixar de prestar - as músicas sensacionais, dos artistas inesperados.
Uma coisa eu tenho certeza, queria eu que a "luz" que me bateu e me fez sentir que posso tocar violão batesse também em "Knights of Cydonia" no Expert do Guitar Hero III. Eita música difícil! É bem capaz que eu aprenda a tocar One de verdade antes de passar esse inferno no videogame. Tenso.

sábado, 10 de julho de 2010

Simples assim


"And I find myself in a bitter fight
While I've held your hand through the darkest night
Don't know where you are coming from
But you're coming soon"
(Nothing left to lose, Mat Kearney)


Não é fácil. Eu me peço todo dia pra conseguir terminar um texto que seja para este blog. Nos momentos em que consigo [ou não] te tirar da cabeça [por uns 10 ou 15min] eu procuro fragmentos do meu dia capazes de gerar uma boa história [ou não]. E se enganar minha cabeça por 15 min que sejam já é difícil, imagina então tentar enganar tudo o que volta depois desse tempo.
Não é fácil. Acordar e instintivamente já olhar para a cabeceira da cama procurando o celular [e algo que ele possa estar trazendo consigo que, com certeza, vai me deixar feliz]. Isso quando não é o próprio celular que me acorda e, como em um passe de mágica, me faz despertar da melhor maneira possível: com as melhores palavras [que me trazem as melhores imagens à mente] ou, na melhor das hipóteses, com a melhor das vozes me dizendo “Bom dia!”.
Não é fácil. Sobretudo quando eu acordo e não vejo nada de novo. A vontade que me dá de pegar o celular e ligar pra você só é menor do que a raiva que eu sentiria de mim mesmo ao te imaginar acordando por minha causa. Porque só de te imaginar tranquila, sem pressão nenhuma, sem responsabilidade nenhuma, somente com os melhores pensamentos vagando pela sua cabeça - coisas que eu adoraria ser capaz de te fazer sentir o tempo todo - já me sinto na obrigação de me segurar, de me controlar. E, dessa vez, por incrível que pareça, faço isso com a maior facilidade do mundo.
Porque é fácil tomar qualquer decisão que me dê a certeza que te fará bem.
É fácil ser compreensivo, ser atencioso, ser carinhoso quando eu sei que, no fundo, te ver feliz com isso vai me fazer muito feliz, também.
Fica mais fácil ainda quando eu vejo nos seus olhos que tudo isso está te fazendo bem. Quando percebo no seu riso [sobretudo naquele engraçado] que a sua alegria é intensa e sincera. Quando leio o que você escreve e vejo que cada letra é o espelho exato de tudo o que eu mais queria que você sentisse.
Enfim, você torna fácil a minha tarefa de cuidar para que tudo seja como é, para que tudo corra como está correndo, da forma natural, tranquila e segura.
Porque é muito fácil gostar de você.

sábado, 3 de julho de 2010

Crisando


"I wonder what you're doing
Imagine where you are
There's oceans in between us
But that's not very far"
(Blurry, Puddle of Mudd)

Sim, eu sei que há tempos não escrevo. Mas que culpa eu tenho se a culpa não é minha?
Porque nesse meio tempo eu poderia ter escrito [e juro que tentei] sobre várias coisas. Esbocei contar a história da barraquinha de abacaxi que vi aqui em Jundiaí:
Voltando do trabalho procurando por algo engraçado me deparei com uma barraquinha vendendo abacaxis. Mais curioso do que encontrar uma barraquinha de abacaxi em um lugar onde não passam nem 100 carros por dia, achei engraçado o nome da barraca: Abacaxi Pérola - Direto da Roça!(sic)
Estava lá pra cada jundiaiense ver. Ou, pelo menos, pra cada um dos que passassem nos [nem] 100 carros que por ali transitam por dia. Estava escrito como se Jundiaí fosse a maior cidade do mundo. Afinal, se o abacaxi vinha direto da roça, Jundiaí seria o que então? Mais correto seria estar escrito: “Direto da roça pra frente da sua casa na roça, irra!
Pensei em tirar sarro dos(as)[(a)] paulistanos(as)[(a)] pelo fato de ter aparecido uma cabritinha em plena Avenida Paulista há alguns dias, enquanto nunca vi sequer uma vaca na zona urbana de Jundiaí. [IÉ]
Pensei em falar do Palmeiras. Fazer um texto em homenagem ao meu time do coração. Mostrar como vou fazer de tudo pra ver o jogo de despedida do Palestra Itália. Enfim, mostrar a dimensão que o Verdão tem na minha vida; mas desde o começo do blog prometi a mim mesmo não falar de futebol. E assim vai ser. [=(]
Pensei em fazer as homenagens que prometi a pessoas que marcam meus dias, mas não seria justo falar delas por falar. E elas sabem disso. Sabem que quando eu escrever sobre elas, eu vou escrever pensando em tudo o que elas representam pra mim, não vou simplesmente escrever coisas bonitas e contundentes pra cumprir “como der” a promessa que fiz.
Pensei em colocar mais um poema, pensei em colocar mais um[O] soneto - com os quais ando encarnado ultimamente, seja pela dificuldade de se fazer um, seja pela fascinação com quem consegue fazê-los parecer tão fáceis e naturais - e pensei, até, em simplesmente escrever uma palavra, ou uma frase, talvez. Algo como: Tenso, Feliz, Crisando[no título ficou melhor] ou “Giggle tous les jours”.
Mas não dá. Nada que eu escreva parece honesto. Porque, no fundo, não é sobre isso que eu quero falar. Não é nisso que eu estou pensando.
E o mais legal de tudo isso é falar, com um - aí sim - sincero sorriso no rosto: a culpa não é minha.