"You live you learn, you love you learn
You cry you learn, you lose you learn
You bleed you learn, you scream you learn
You cry you learn, you lose you learn
You bleed you learn, you scream you learn
You grieve you learn, you choke you learn
You laugh you learn, you choose you learn
You pray you learn, you ask you learn
You laugh you learn, you choose you learn
You pray you learn, you ask you learn
You live you learn"
(You Learn, Alanis Morissette)
Eu sempre me achei nerd. Na real, eu sempre gostei de
aprender. Sempre gostei de saber das coisas mesmo quando eu sei que vou
esquecê-las horas, dias, meses depois. Eu sempre racionalizei demais e vi minha
essência repousada na razão, pronta para ser acionada sempre que preciso. Eu
sempre gostei de aprender.
E eu tô aprendendo. Mesmo em meio a uma situação de extremo
sofrimento, eu tô aprendendo uma série de coisas.
Tô aprendendo que confiei demais, e isso não é uma crítica a
você. Na real, não é nem mesmo uma crítica. É só a constatação de que tomei
como garantida uma coisa que não deveria. Eu achava que deveria, que poderia.
Mas não podia e, então, não devia.
Tô aprendendo que preciso evoluir muito ainda, em vários
aspectos, a começar pela leveza. É difícil lidar com essa necessidade porque,
no fundo, eu gosto de ser como eu sou. Mas, um segundo depois de dizer isso, eu
percebo que só gosto de ser quem eu sou porque estou com você. Eu procuro
lembrar de como eu era antes de você e os momentos de melancolia não eram bons.
Eu não gostava deles. Eu me sentia frio. Com você, a melancolia está abraçada
por um calor e um carinho que tomam conta de mim. Acho até que é por isso que
gosto de ser quem eu sou. Eu acho que me acostumei a me recolher porque era uma
forma de me sentir abraçado, acarinhado; envolto na certeza de que sempre
estaríamos juntos (revisitar parágrafo anterior, rs).
Tô aprendendo que eu não sei lidar tão bem com as coisas
como achei que sabia. Que a minha visão de “lidar bem”, que a minha certeza de
que estou racionalizando corretamente as coisas, só faz sentido quando as
coisas dão certo – ou, na verdade, quando a principal coisa da minha vida dá
certo. Porque, por mais que o cálculo e a ordem das coisas possam eventualmente
estar certos, o sucesso desse modus operandi não está na conclusão da equação,
mas sim na existência ou não da conta. Não adianta o resultado da equação estar
certo se, amanhã, não terei outra conta para fazer. Eu tô aprendendo isso.
Também tô aprendendo como eu sou. Tô aprendendo o quanto eu
sofro e o quanto sou capaz de sofrer. Tô aprendendo que tenho pessoas ótimas ao
meu lado, com quem estou contando sem nem perguntar se posso e tendo, como
retorno, um carinho e uma atenção que (também tô aprendendo que) gosto muito.
Eu tô aprendendo meu objetivo de vida. E, sabe, meu objetivo de
vida é amar. Meu foco nessa vida não é sofrer, ou racionalizar, ou calcular, ou
controlar, ou vencer. Meu foco nessa vida é amar. A coisa que faço com a maior
facilidade desse mundo é amar. Eu amo amar. Eu amo passar amor. Eu amo fazer
com que outros se sintam amados e eu amo saber que se sentiram amados. O dia a
dia e todas as outras circunstâncias da vida me tiram energia pouco a pouco,
mas eu tô aprendendo que, sempre que é preciso, eu tô sempre disposto a amar.
Porque eu amo amar.
Eu amo viver, também. Tô aprendendo que, ao contrário do que
pensei, nem mesmo no momento mais triste da minha vida eu sequer cogitei não
viver. O assunto é sério mas só tô falando isso porque eu tô aprendendo essa
lição também. Eu nunca mais quero me atrever a pensar, cogitar, mencionar ou
qualquer outro verbo que remeta à ideia de não viver. Eu amo amar e, para
amar, eu preciso viver. Então tô aprendendo que minha mãe tinha razão: eu tenho
um amor pela vida que transcende meu corpo. Eu amo viver. Eu amo viver para
amar.
E, por fim, eu tô aprendendo que amo você. Não da mesma
forma. Uma nova forma de amar. Eu sempre vi em você uma força que achei não
ter. Uma faísca que achei não ter. Uma energia que achei não ter. E, guess
what, agora eu não tenho mesmo, rs. Eu meio que “perdi”. Mas isso me ajudou a encontrar a minha faísca. E por isso eu sou grato.
Eu espero que não seja para sempre, porque eu tô aprendendo que eu sei te amar de outras formas. Que eu sei focar no amor que sinto por você por todos os outros motivos pelos quais já disse que te amo. Eu tô aprendendo que te amo pelo amor. Não só pelo nosso amor, mas pelo meu amor. Porque eu amo você e eu amo te amar.
Eu espero que não seja para sempre, porque eu tô aprendendo que eu sei te amar de outras formas. Que eu sei focar no amor que sinto por você por todos os outros motivos pelos quais já disse que te amo. Eu tô aprendendo que te amo pelo amor. Não só pelo nosso amor, mas pelo meu amor. Porque eu amo você e eu amo te amar.
Eu vou continuar aprendendo enquanto não define se quer meu
amor. Mas queria que soubesse que eu tô aprendendo muitas coisas. E que a maior
delas você sempre teve, mesmo às vezes não parecendo: amor. E que, se quiser, vai ter
com ainda mais força, porque eu descobri que amor não me falta.
Acho que amo aprender. E eu tô aprendendo isso enquanto
também aprendo que você eu não quero esquecer, nem em uma hora, nem em um dia, nem
em um mês.
Espero que esteja aprendendo sobre você também. Que esteja
aprendendo a dar valor para tudo o que aprendeu e, também, para tudo o que
aprendemos. Para tudo o que vivemos. E, se tudo der certo, podemos voltar a
aprender juntos, com a leveza de quem tem, no amor, o maior professor e, na
vida, a aula mais longa.
Eu tô aprendendo bastante. Mas tô aprendendo sozinho. E,
mesmo nerd, eu sempre tive uma certeza: aprender junto é bem mais legal.