segunda-feira, 11 de junho de 2018

A gente

"I hurt myself today.
To see if I still feel.
I focus on the pain.
The only thing that's real.

What have I become?
My sweetest friend,
everyone I know goes away in the end."
(Hurt, Johnny Cash)

A gente sempre foi feliz. Desde o início. Esse espaço sabe o quanto fomos. A gente sabe o quanto a gente foi.
Uma das maiores provas disso está no quanto a gente já mudou pel’a gente. O quanto cada um se tornou melhor, um pelo outro. Isso não é só um jeito bonito de se dizer o quanto a gente evoluiu, mas, pra mim, isso é o único jeito de mostrar o quanto a gente é a gente.
Mudar um pelo outro nunca foi uma questão de querer. É a essência d'a gente. Desde o começo um se tornou um pouco mais o que o outro queria para que o um e o outro se tornassem cada vez mais a gente.
E a gente se tornou. A gente evoluiu. A gente viveu. A gente foi feliz. A gente foi triste. Mas nunca deixamos de ser a gente.
Hoje, em meio a tudo isso, eu não consigo parar de pensar n'a gente. Porque eu, hoje, sou muito mais a gente do que eu. Eu não sei ser eu. Eu não quero ser eu. Eu não me vejo mais eu. Eu me vejo a gente. Eu sonho a gente. Eu sinto falta d’a gente.
Me dói muito, de verdade, saber que eu falhei em ser a gente ultimamente. Porque a gente sofreu muito. A gente passou por momentos muito intensos de tensão. E a gente precisava, mais do que nunca, ser a gente. Hoje eu vejo isso. Mas eu não quero ver isso. Eu queria que a gente visse isso.
Eu queria que a gente pudesse, mais uma vez, ser a gente e melhorar um pelo outro. Eu queria que a gente olhasse um para o outro mais uma vez como a gente. Eu queria que a gente voltasse a ser a nossa essência.
Eu não quero eu. Eu sinto falta d’a gente.

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