terça-feira, 1 de junho de 2010

Sonâmbulos Anônimos

"Felicidade é como a pluma,
Que o vento vai levando pelo ar.
Voa tão leve, mas tem a vida breve.
Precisa que haja vento sem parar..."
(A Felicidade, Tom Jobim e Vinícius de Moraes)


Não precisa ser muito. De vez em quando "apagar por umas 2 horinhas" já é o suficiente.
Não sei até que ponto dormir [bem] faz bem à saúde mas, bem ou mal, dormir tem me ajudado a esquecer tudo de ruim que me acontece e/ou me perturba ao longo dos dias. Acho que virou rotina, dependência talvez.
Dormir bem nunca foi meu forte. A insônia nunca me deixou descansar tanto quanto eu sempre gostaria. Por vezes me irritei por ter ido me deitar às 10 da noite e, quando bateu a curiosidade [preocupação], o relógio me dizer que já era 1h da manhã.
Acho que com isso eu já me conformei. Não consigo me concentrar em dormir. A cabeça não deixa. Insiste em ficar me mostrando flashes de todos os momentos marcantes, não só os tristes [Ufa!], mas simplesmente marcantes que fizeram parte do meu dia. Portanto percebi que não seria prudente fazer disso [mais] uma preocupação. Simplesmente fico pensando, de pirraça; testando minha cabeça; vendo até onde ela aguenta sem descansar. E então, uma hora ou outra, o apagão chega.
E o sono, ainda que em gotas, se tornou a mais eficiente válvula de escape. Não pelos sonhos, que, aliás[, compreensivelmente], vêm sumindo. Mas sim pelo simples fato de se desligar daquele dia.
Parece que só apagando eu consigo esquecer, tanto dos probleminhas que surgiram nas últimas 24 horas, quanto dos [muitos] "grandes problemas" que, cada um em um dia[, ou até todos de uma vez em outros], voltam à tona e me deixam mal.
Até por isso, então, parei de achar ruim quando o despertador toca aquela música [em volume madrugadamente alto, ainda que seja uma melodia] calma e animadora. Não acho mais tão ruim. Mesmo eu só tendo "apagado por umas 2 horinhas". A questão não é quantidade, não mais. A força não vem, ou não tem vindo, das horas de sono; mas simplesmente do sono, em si.
A música que me acorda, afinal, só está me tirando aquilo cuja única função passou a ser a de me [re]fazer calmo, consciente, coerente, completo [e qualquer outro adjetivo legal que comece com "c"].
Missão cumprida? Dane-se o sono, então. Quem precisa dormir quando se está de bom humor?

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