domingo, 18 de julho de 2010

InTenso


I know a girl
She puts the color inside of my world
But she's just like a maze
Where all of the walls all continually change
(Daughters, John Mayer)


Ela me falou tanto desse texto, me cobrou tanto que, agora, eu estou com medo que soe forçado.
Aliás, nem tenho medo. Acho que ela sabe que não é. E eu sei que ela sabe disso. E ela sabe que eu sei que ela sabe disso, mesmo se confundindo nos saberes de vez em quando. rs
Quando ela apareceu eu já estava bêbado. Ela, então, nem se fala. Veio com um papo do qual eu não queria falar. Uma briga besta, que por mais que pareça que exista, não passa de intriga da oposição [ou não].
O papo fluiu muito fácil, naquela ladeira na qual acabávamos de passar um bom tempo com um baita espírito de integração, tal como qualquer trote.
E sim, eu já sabia de tudo o que se falava dela. Já sabia de tudo o que ela tinha falado. Já sabia de tudo o que foi falado que ela tinha feito. Já sabia de tudo o que ela tinha falado de mim.
Mesmo assim, não liguei. Ela parecia tão alegre, tão feliz, tão inocente naquela conversa que me deixou intrigado em saber um pouco mais sobre ela. Quis descobrir um pouco mais do que se passava na sua vida e porque ela era [e se era] como era.
Então veio o Orkut e o MSN, iniciativas básicas pra quem quer conhecer outra pessoa. E no MSN tudo se desenrolou de uma forma que nenhum dos dois imaginava.
O estilo de vida dela me deixava meio idiota. Meu modo racional de ver tudo se confundia com o “foda-se” que ela deixava transparecer em cada frase. E, na boa, não quis julgar seu modo de agir e pensar, mas acabei julgando e vendo que era muito do que eu mesmo sempre quis fazer e pensar, mas nunca tive coragem.
E então me deixei levar, e prometi a mim mesmo tentar, até o fim, conhecer esse estilo tão romântico e idealizado [sem julgar se é bom ou ruim] que eu estava conhecendo pela primeira vez.
E como parte da promessa, jurei ser sincero ao máximo. Dizer quando discordava, dizer quando concordava [quase nunca], dizer quando estava feliz e, principalmente, dizer quando estava triste.
Sim, pra mim esse foi o essencial. Ela me ouvia e não ficava entediada com meus problemas. E contei os mais sérios que já contei pra alguém. Não os mais sérios que tenho, por falta de coragem que, quem sabe, um dia vou ter. Mas, pra mim, o fato dela me fazer sentir à vontade pra ser triste de vez em quando me deixava muito feliz.
E, mais do que isso, me ajudava. Mais do que pensava ajudar.
Aliás, engraçado que, no começo de tudo, ela achava que quem ajudava era eu. Pobre mente inocente que não via o quando era importante pra essa mente besta.
Trocaram telefones, e por ele ocorriam os desabafos mais instantâneos. E a amizade foi se fechando, se compactando. Foram tomar um sorvete em uma segunda-feira qualquer. Coisa simples, mas que nenhum dos dois se imaginava fazendo á toa, como naquele dia.
E, depois de um tempo, os problemas de cada um já tinham se tornado pequenos. Um já tinha mudado o outro e, desde então, passaram a falar dos problemas que passaram a ter, desde então. Porque tudo o que tinha antes virou passado, virou a base da amizade que nunca imaginariam que teriam, mas, acredito eu, sempre quiseram ter.
Hoje, depois de tanto tempo, ainda que em 6 meses, a incerteza [ciúmes bobo] dela fizeram-na ter a dúvida da força de tal amizade. Porque o tempo dedicado à ela, inevitavelmente, foi divido pelo tempo dedicado a outro tipo de relacionamento que os dois - engraçado - praticamente juntos, começaram a ter.
Ela já havia dito que tinha ciúmes de seus amigos. Tinha medo de perdê-los quando eles se envolvem. E, recentemente, tinha me chamado daquilo que, no começo, era brincadeira. Pois é, era.
Porque, hoje, não duvido, não nego, não me envergonho nem me arrependo de ser seu “Best”.
E espero que, agora, lendo cada uma dessas palavras, mais do que ter certeza da sinceridade delas, quero que ela deixe de bobeira e perceba o espaço que ela já tem, já garantiu, já mereceu, já conquistou.
E que continuo a achando como a menina que vejo, ou melhor, que não consigo ver maldade. Como tantas vezes já lhe disse. Como tantas vezes ainda vou dizer. Como a vi desde o começo. Como a vou ver sempre.

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