sábado, 3 de julho de 2010

Crisando


"I wonder what you're doing
Imagine where you are
There's oceans in between us
But that's not very far"
(Blurry, Puddle of Mudd)

Sim, eu sei que há tempos não escrevo. Mas que culpa eu tenho se a culpa não é minha?
Porque nesse meio tempo eu poderia ter escrito [e juro que tentei] sobre várias coisas. Esbocei contar a história da barraquinha de abacaxi que vi aqui em Jundiaí:
Voltando do trabalho procurando por algo engraçado me deparei com uma barraquinha vendendo abacaxis. Mais curioso do que encontrar uma barraquinha de abacaxi em um lugar onde não passam nem 100 carros por dia, achei engraçado o nome da barraca: Abacaxi Pérola - Direto da Roça!(sic)
Estava lá pra cada jundiaiense ver. Ou, pelo menos, pra cada um dos que passassem nos [nem] 100 carros que por ali transitam por dia. Estava escrito como se Jundiaí fosse a maior cidade do mundo. Afinal, se o abacaxi vinha direto da roça, Jundiaí seria o que então? Mais correto seria estar escrito: “Direto da roça pra frente da sua casa na roça, irra!
Pensei em tirar sarro dos(as)[(a)] paulistanos(as)[(a)] pelo fato de ter aparecido uma cabritinha em plena Avenida Paulista há alguns dias, enquanto nunca vi sequer uma vaca na zona urbana de Jundiaí. [IÉ]
Pensei em falar do Palmeiras. Fazer um texto em homenagem ao meu time do coração. Mostrar como vou fazer de tudo pra ver o jogo de despedida do Palestra Itália. Enfim, mostrar a dimensão que o Verdão tem na minha vida; mas desde o começo do blog prometi a mim mesmo não falar de futebol. E assim vai ser. [=(]
Pensei em fazer as homenagens que prometi a pessoas que marcam meus dias, mas não seria justo falar delas por falar. E elas sabem disso. Sabem que quando eu escrever sobre elas, eu vou escrever pensando em tudo o que elas representam pra mim, não vou simplesmente escrever coisas bonitas e contundentes pra cumprir “como der” a promessa que fiz.
Pensei em colocar mais um poema, pensei em colocar mais um[O] soneto - com os quais ando encarnado ultimamente, seja pela dificuldade de se fazer um, seja pela fascinação com quem consegue fazê-los parecer tão fáceis e naturais - e pensei, até, em simplesmente escrever uma palavra, ou uma frase, talvez. Algo como: Tenso, Feliz, Crisando[no título ficou melhor] ou “Giggle tous les jours”.
Mas não dá. Nada que eu escreva parece honesto. Porque, no fundo, não é sobre isso que eu quero falar. Não é nisso que eu estou pensando.
E o mais legal de tudo isso é falar, com um - aí sim - sincero sorriso no rosto: a culpa não é minha.

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